PRIMEIRA EDIÇÃO DE 19-10-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Quinta-feira, 19 de Outubro de 2017
Até juízes defendem fim da Justiça do Trabalho
A extinção da Justiça do Trabalho, elaborada na Câmara sob rigoroso sigilo, tem a aprovação de juízes e de ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), diante do ativismo político e a sindicalização da magistratura. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), conhece a posição desses juízes. O projeto reage à articulação, na Justiça do Trabalho, para burlar a reforma trabalhista que vigora a partir do dia 11.
Relator, de novo
Se depender do presidente da Câmara, o relator do projeto que acaba a Justiça do Trabalho será o mesmo que relatou a reforma trabalhista.
Fã de carteirinha
O deputado Rodrigo Maia sempre elogiou o trabalho competente de Rogério Marinho (PSDB-RN) como relator da reforma trabalhista.
Cara demais
A Justiça do Trabalho custará R$22 bilhões em 2017, enquanto toda a Justiça Federal dos EUA não gastará mais do que R$21 bilhões.
Defesa no TST
O presidente do TST, ministro Ives Gandra Filho, já se manifestou em defesa da Justiça do Trabalho e discorda da sua extinção.
Sarney diz que ilhas à venda são ‘chantagem’
O ex-presidente José Sarney tomou um susto ao tomar conhecimento, nesta coluna, da decisão de um sobrinho de d. Marly de vender por R$37 milhões 12,5% de três ilhas no litoral de São Luís. Sarney disse que o parente da ex-primeira-dama pretende, na verdade, que a família compre a parte dele, correspondente a dois milhões de metros quadrados. “É uma espécie de chantagem”, diz o ex-presidente.
Valor exagerado
O ex-presidente garante que o imóvel não vale os R$37 milhões. “Acho que por metade disso, o pessoal aqui vende as três ilhas”, ironizou.
Parente problemático
Sarney diz que o sobrinho de d. Marly, Gustavo Macieira, “sempre foi problemático”. E “ele pensa que temos dinheiro para comprar a área”.
Herança de família
As ilhas Curupu, Mogijana e De Fora ou Corimã pertencem à família de d. Marly há várias gerações, desde a bisavó da ex-primeira-dama.
Bandido blindado
O governo da Itália confia que vai pôr as mãos no terrorista Cesare Battisti. O Supremo Tribunal Federal já autorizou sua extradição, em decisão ignorada por Lula, e agora o caso voltou à Corte, após a concessão de habeas corpus que blindou o bandido outra vez.
Jogo é jogo, treino...
Escolha do relator, dois dias de discussão na CCJ, votação favorável a Temer... Tudo isso não é nada, não é nada, não é nada mesmo: o que vai valer é a decisão do plenário da Câmara sobre a segunda denúncia.
Bom de pontaria
O resultado da votação na CCJ da Câmara, favorável ao presidente Michel Temer, confirmou a previsão do vice-líder do governo Darcísio Perondi (PMDB-RS), que previa entre 39 e 42 votos.
Aerolula é prejuízo
Ainda está fora de operação o Airbus 319, “AirForce 51”, comprado por Lula em 2005 por US$57 milhões (R$360 milhões em valores atuais). A Força Aérea agora aluga um outro avião para o presidente.
Fundão, ninguém merece
O PSL (Social Liberal) foi o único partido que apelou ao Supremo Tribunal Federal contra a parte da reforma política que criou o “fundão eleitoral” de quase R$ 2 bilhões para financiar campanhas eleitorais.
Oportunismo eleitoral
O PDT se aboletou em mais de 300 cargos do governo do DF por três anos, mas decidiu se afastar do desgaste que ajudou a produzir, porque a eleição vem aí. Na maior cara de pau, ainda pretende o apoio do PSB de Rodrigo Rollemberg à candidatura de Ciro Gomes.
Barnabé custa caro
As despesas de pessoal do governo federal nos primeiros oito meses do ano foram de R$23,1 bilhões. Tudo isso em salários, pensões e aposentadorias de funcionários públicos.
Secou, só que não
A Cia. de Abastecimento de Brasília (Caesb) promete ir à Justiça contra os autores de boato de que a capital passaria a racionar água por dois dias consecutivos a cada semana. Um reservatório já chegou a 11%.
Pensando bem...
...custa um Geddel a parte das ilhas colocada à venda por um sobrinho da d. Marly, onde a família Sarney tem casas. E ainda sobraria.

NO DIÁRIO DO PODER
Juiz quer descobrir autor dos cálculos da propina atribuída a Lula
Fórmula da propina de R$12,4 milhões para Lula intriga Moro

Publicado quarta-feira,  18 de outubro de 2017 às 17:14 - Atualizado às 18:31
Da Redação
 O juiz federal Sérgio Moro mandou, nesta terça-feira, 18, a Polícia Federal fazer perícia na planilha Italiano do departamento de propinas da Odebrecht para descobrir quando e por quem foi criada a fórmula matemática que levou a Lava Jato a identificar supostas propinas de R$ 12,4 milhões da empreiteira ao ex-presidente Lula.
Os R$ 12,4 milhões em propinas da Odebrecht, segundo a Procuradoria da República, são referentes ao imóvel onde seria sediado o Instituto Lula e o apartamento 121 no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, supostamente ocultados por meio de contratos com terceiros, como a DAG engenharia, de Demerval Souza, amigo de Marcelo Odebrecht e Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, que tinha passe livre no Palácio do Planalto no governo Lula.
A equação ((3* 1057)+ 8217 + 1034) = 12.422 estava nos arquivos cifrados do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – que fechou delação e leniência na Lava Jato em janeiro 2017. Ela estava no mesmo registro de valores do “Amigo”, codinome de Lula. Segundo a Lava Jato, ela representa o cálculo de gastos que a construtora teria com o imóvel vizinho ao apartamento de Lula em São Bernardo do Campo e ao terreno onde seria sediado o Instituto.
A fórmula estava em um dos itens da conta “Italiano”, que chegou a ter R$ 300 milhões à disposição de Lula e do PT. O próprio “Italiano”, o ex-ministro Antonio Palocci, e o empresário e delator Marcelo Odebrecht, confessaram o acerto da “conta corrente”.
Para a Lava Jato, a primeira parte da equação “(3* 1057) = 3.171” é o valor de R$ 3,1 milhões, do saque em dinheiro vivo das contas do setor de propinas da Odebrecht, usados para as despesas “por fora” da operação.
A segunda parte “8217” registra os R$ 8,2 milhões gastos pela DAG Construtora, do amigo de Marcelo Odebrecht – preso desde junho de 2015 -, usada como “laranja” da Odebrecht na compra do prédio para o Instituto Lula. E a terceira parte “1.034” é dos R$ 1 milhão gastos com o apartamento 121 do Hill House e as comissões para o “laranja” de Lula, o aposentado Glaucos da Costamarques – primo do pecuarista José Carlos Bumlai – e o advogado Roberto Teixeira, compadre do petista.
Em ofício enviado à Polícia Federal, o magistrado pede ‘as providências necessárias para a realização de perícia no arquivo denominado “Planilha Especial Italiano” (arquivo esse que se encontra em posse da Polícia Federal em Curitiba/PR), no prazo de 30 dias’ para esclarecer duas questões:
“a) identificação da data e horário em que foi realizada a inscrição da fórmula “((3*1057) + 8217 + 1.034)” no referido arquivo eletrônico
“b) identificação do IP do equipamento informático que realizou a inserção da fórmula no arquivo eletrônico”. (AE)

NO BLOG DO JOSIAS
PGR dá dez dias para governo revogar portaria

Por Josias de Souza
Quinta-feira, 19/10/2017 04:40
A Procuradoria-Geral da República abriu um “procedimento” formal sobre a portaria editada pelo governo de Michel Temer em 13 de outubro, para dificultar o combate ao trabalho escravo. A primeira providência foi a elaboração de uma “recomendação” dirigida ao ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho). Leva o número 38/2017. Sugere que o governo “revogue a portaria”. Anota que ela contém o “vício da ilegalidade.'' Fixa um prazo para que a recomendação seja acatada: dez dias. Desatendida, a Procuradoria irá à Justiça.
A gestão da nova procuradora-geral Raquel Dodge é regida por um mantra: ''O Ministério Público deve garantir que ninguém esteja acima e ninguém esteja abaixo da lei'', diz a substituta de Rodrigo Janot, para realçar que será implacável com poderosos delinquentes, sem descuidar da defesa dos direitos de brasileiros humildes. Temer pisou no calo da doutora ao avalizar a flexibilização das regras de combate ao trabalho análogo à escravidão. Esse tema é uma das obsessões de Dodge.
Em encontro com o ministro do Trabalho, nesta quarta-feira, a própria procuradora-geral entregou a “recomendação” da Procuradoria ao ministro do Trabalho (leia a íntegra aqui). Repassou também um ofício em que faz considerações pessoais sobre o tema (...). Deve-se a iniciativa de Temer de retroceder na política de combate ao trabalho análogo à escravidão a uma pressão da bancada ruralista.
O presidente da República trocou a proteção aos trabalhadores vulneráveis pelo apoio dos agrodeputados à derrubada da segunda denúncia da Procuradoria contra ele. Ou seja, Temer passou a frequentar os dois polos do mantra de Raquel Dodge. Para conservar-se acima da lei, entregou na bandeja aos ruralistas a precarização dos direitos de brasileiros que, tradicionalmente, são mantidos à margem e até abaixo da lei.

Se Aécio se chamasse Cunha, estaria na tranca
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 19/10/2017 01:14
O Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional devem um pedido de desculpas a Eduardo Cunha. Se Cunha tivesse recebido dos magistrados e dos parlamentares o mesmo tratamento dispensado ao senador tucano Aécio Neves, não estaria trancado numa cadeia de Curitiba. Continuaria desfrutando sua imunidade parlamentar e desfilando sua desfaçatez pelos corredores e gabinetes do Poder como se nada tivesse sido descoberto sobre ele.
Há um ano e meio, quando era o todo-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha teve o mandato suspenso. A providência, aprovada por unanimidade no plenário do Supremo, marcou o início da derrocada de Cunha. Com Aécio, a unanimidade da Suprema Corte deu lugar a uma maioria de 6 a 5 a favor do entendimento de que sanções cautelares contra parlamentares têm de ser referendadas pelo Legislativo.
Com o auxílio voluntário de Michel Temer e involuntário do contribuinte, que teve seu dinheiro usado na compra de votos de senadores, o Senado devolveu a Aécio o mandato que o Supremo havia congelado. A Câmara também teria restituído o mandato a Cunha se tivesse sido chamada a opinar. A comparação ajuda a entender o tamanho do retrocesso que o caso Aécio representa. Sem poder, Cunha foi empurrado para a cassação, o julgamento na primeira instância e a cadeia. Com o poder restabelecido, Aécio continua desfrutando a imunidade que o livra da tranca. É simples assim.

Abraçado ao gambá, PSDB foge do mau cheiro
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 18/10/2017 16:13
Presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati passou a defender a saída de Aécio Neves do comando da legenda. “Eu acho que ele não tem mais condições, dentro das circunstâncias, de ficar na presidência do partido”, disse Tasso nesta quarta-feira. “Precisamos ter uma solução definitiva, e não provisória. Não tem mais condições.” Heimmmm?!?!?
Na véspera, Tasso e todos os tucanos presentes à sessão do Senado posicionaram-se a favor de Aécio na votação que devolveu ao correligionário o mandato que o Supremo Tribunal Federal havia congelado. Quer dizer: depois de impor aos brasileiros o retorno de Aécio à ribalta, o tucanato quer se livrar do companheiro tóxico, renunciando-o de uma presidência partidária da qual já está licenciado.
Submetido ao paradoxo, Tasso disse que a decisão do Senado foi “mal interpretada”. Hã?!? “No meu entender, é dar ao senador Aécio o que ele não teve até agora, que foi o direito de defesa.” Conversa fiada. Afastado do mandato, Aécio conservava intactos os direitos de investigado. O que lhe falta não é direito de defesa, mas a própria defesa. Os R$ 2 milhões recebidos da JBS em malas e mochilas transformaram o príncipe do tucanato num sapo indefeso.
“Agora, aqui, no próprio Senado, ele vai ter o Conselho de Ética. E, no Conselho de Ética, vai ter que se defender”, acrescentou Tasso. Lorota. Aécio já teve a chance de enfrentar de fronte alta um primeiro pedido de cassação do seu mandato. Preferiu a fuga. Aliou-se à fina flor do arcaísmo para obter o arquivamento da representação no Conselho de Ética. Acossado por uma segunda peça, nada faz supor que adotará comportamento distinto.
“Ao mesmo tempo, o julgamento no Supremo continua”, prosseguiu Tasso. “E, no Supremo também ele vai ter o direito de apresentar sua defesa.” Lero-lero. Se Tasso estivesse preocupado com os rumos do processo, teria votado não a favor de Aécio, mas da manutenção da decisão da Primeira Turma da Suprema Corte. O afastamento de Aécio não prejudicava a defesa. Ao contrário, era um estímulo para que o investigado priorizasse a busca de explicações que ainda não foi capaz de apresentar.
Devolvido ao Senado como se nada tivesse sido descoberto sobre ele, Aécio ganha outra prioridade: conspirar contra qualquer iniciativa que se pareça com um esforço anticorrupção. Vale a pena, a propósito, recordar um trecho do diálogo vadio que o senador tucano manteve com o delator Joesley Batista, da JBS:

— Aécio: Esses vazamentos, essa porra toda, é uma ilegalidade.
— Joesley: Não vai parar com essa merda?
— Aécio: Cara, nós tamos vendo (…) Primeiro temos dois caras frágeis pra caralho nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também, tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto (…) na terça-feira.
— Joesley: Texto do quê?
— Aécio: Não… São duas coisas, primeiro cortar o pra trás (…) de quem doa e de quem recebeu.
— Joesley: E de quem recebeu.
— Aécio: Tudo. Acabar com tudo esses crimes de falsidade ideológica, papapá, que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando que tá com colhão pra votar, nós tamo (sic). Porque o negócio agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada. A ideia é votar na… Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez… Naquela merda das Dez Medidas toda essa porra. O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual um louco.
— Joesley: Lógico.
— Aécio: O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direto, né?
— Joesley: Todo mundo fica com essa. Não…
— Aécio: E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí… forte. Não que isso? Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade… O que esse Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o Renan.
— Joesley: Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.
— Aécio: Ontem até… Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem que sancionar essa merda, imagina bota cara.
— Joesley: E aí ele chega lá e amarela.
— Aécio: Aí o povo vai pra rua e ele amarela. Apesar que a turma no torno dele, o Moreira [Franco], esse povo, o próprio [Eliseu] Padilha não vai deixar escapulir. Então chegando finalmente a porra do texto, tá na mão do Eunício.
(…)
— Joesley: Esse é bom?
— Aécio: Tá na cadeira (…). O ministro [da Justiça] é um bosta de um caralho, que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele errou de novo de nomear essa porra desse (…). Porque aí mexia na PF. O que que vai acontecer agora? Vai vim um inquérito de uma porrada de gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, 2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né?, do Moreira, que interessa a ele vai pro João.
— Joesley: Pro João.
— Aécio: É. O Aécio vai pro Zé (…)
(…)
— Aécio: Tem que tirar esse cara.
— Joesley: É, pô. Esse cara já era. Tá doido.
— Aécio: E o motivo igual a esse?
— Joesley: Claro. Criou o clima.
— Aécio: É ele próprio já estava até preparado para sair.
— Joesley: Claro. Criou o clima.

Difícil saber o que é maior, se a desfaçatez ou a insensatez. Ao pregar a saída de Aécio da presidência do PSDB um dia depois de ter votado a favor do retorno dele ao Senado, Tasso Jereissati exagera no cinismo. Parece supor que a plateia é feita de bobos. Luta por um partido limpinho ao mesmo tempo que tenta zelar pelo conforto do companheiro enlameado. Ainda não se deu conta. Mas faz o papel do sujeito que tenta fugir do mau cheiro abraçado a um gambá.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Editorial do Estadão: Democracia à moda petista
Partido considera que eleições na Venezuela foram “um exemplo de democracia”

Por Augusto Nunes
Quarta-feira, 18 out 2017, 20h33
O PT considerou, em nota oficial, que as recentes eleições na Venezuela, marcadas por denúncias de fraude e de intimidação, foram “um exemplo de democracia e de participação cidadã”. Assim, mais uma vez, o PT oficialmente se alinha aos regimes ditatoriais de esquerda na América Latina, com o argumento de que ali é que vigora a verdadeira democracia.
É espantoso que aqueles que vivem a denunciar uma suposta escalada autoritária no Brasil, a partir do que eles chamam de “golpe” contra a presidente Dilma Rousseff, sejam os mesmos que consideram legítima a truculência chavista na Venezuela. Sem nenhuma dúvida, deve-se tomar esse comportamento como revelador do que os petistas entendem por democracia e do que são capazes de fazer para que essa visão prevaleça.
“O PT saúda o presidente Nicolás Maduro e seu partido, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), pela contundente vitória eleitoral”, diz a nota do PT, lembrando que essa foi a “vigésima segunda eleição em dezoito anos de governos liderados pelo PSUV” – como se a mera realização de eleições fosse suficiente para atestar a saúde de uma democracia.
É evidente, para qualquer observador independente, que o que houve no dia 15 passado foi uma farsa, com o objetivo de dar um verniz democrático ao que já é uma ditadura em fase avançada, desde que Maduro fez instalar uma “assembleia constituinte” cujo único objetivo era liquidar a Assembleia Nacional, último bastião institucional da oposição. A intenção de Maduro não foi apenas impedir que a oposição continuasse a contestá-lo na Assembleia Nacional, mas também reescrever a Constituição para adequá-la a seu regime de força.
As eleições regionais eram o passo seguinte da consolidação da ditadura, pois serviriam como termômetro das eleições presidenciais do ano que vem. Assim, para simular um apoio que Maduro não tem, as autoridades eleitorais do país, totalmente alinhadas ao chavismo, trataram de inviabilizar a realização de eleições livres e justas. Sem essas manobras, numa votação limpa, o chavismo certamente sairia derrotado de forma fragorosa, já que a Venezuela entrou em colapso graças à aventura socialista bolivariana, que enriqueceu os “boligarcas” – como são conhecidos os parasitas do Estado – e empobreceu o resto do país.
As fraudes cometidas nas eleições foram tão absurdas que não demorou para que vários países e organizações internacionais manifestassem repúdio a todo o processo, unindo-se à oposição venezuelana, que decidiu não reconhecer os resultados – dos 23 governos em disputa, o chavismo diz ter conquistado 17, embora as pesquisas mostrassem 80% de rejeição a Maduro. Os Estados Unidos, por exemplo, disseram que as eleições não foram nem livres nem justas. A União Europeia exigiu “transparência” das autoridades eleitorais da Venezuela, enquanto a Organização dos Estados Americanos, por meio de seu secretário-geral, Luis Almagro, informou que não é possível reconhecer os resultados, pois “repetem variáveis de ilegalidade, incerteza e fraude”. O Grupo de Lima, formado por 12 países, entre os quais o Brasil e a Argentina, considerou que, diante das evidentes irregularidades, é “urgente realizar uma auditoria independente em todo o processo eleitoral”, a fim de “conhecer o verdadeiro pronunciamento do povo venezuelano”.
Para o PT, porém, o que se viu no domingo passado “será lembrado como o dia de uma vitoriosa jornada de democracia”, em que os venezuelanos manifestaram “seu apoio à paz, à democracia e à soberania” de seu país, contra a “torpe tentativa de cerco e aniquilamento liderada pelo governo estadunidense”. Nem é preciso dizer que, além do PT, quem vibrou com as eleições venezuelanas foi o governo de Cuba, cujo ditador, Raúl Castro, disse que a Venezuela “deu outra grande lição de paz, vocação democrática, coragem e dignidade”.
Felizmente, os liberticidas venezuelanos contam cada vez mais apenas com a solidariedade – melhor seria dizer cumplicidade – de petistas e castristas, pois o resto do mundo civilizado não parece mais disposto a aceitar as patranhas chavistas.

NA VEJA.COM
TCU vê irregularidades em compra de ações da JBS pelo BNDES
O Tribunal estimou em pelo menos R$ 304 milhões os prejuízos causados pela operação, que ajudou o frigorífico a comprar empresas nos Estados Unidos

Por Da Redação
Quarta-feira, 18 out 2017, 18h55
O Tribunal colocou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho entre os responsáveis pela operação de compra de ações da JBS pelo banco e pediu explicações a ambos, entre outras pessoas.
O TCU estimou em pelo menos 304 milhões de reais, em valores atualizados, os prejuízos causados pela operação. A conta inclui uma estimativa de “preço excessivo pago pelas ações…sem justificação técnica adequada e demonstrável”, além de dividendos decorrentes não recebidos, segundo o voto e o acórdão do caso.
Além de Mantega e Coutinho, o TCU listou o empresário Joesley Batista entre os responsáveis. Eles e os outros envolvidos terão prazo de 90 dias para apresentar suas defesas ou devolver ao BNDES os valores perdidos na operação apontados pelo Tribunal.
O processo é resultado de investigação do Tribunal iniciada em 2015, do qual resultaram investigações sobre quatro operações da JBS – dentre elas, a que foi analisada nesta quarta-feira. Em abril, o TCU apontou irregularidades em aporte que permitiu a compra do frigorífico Swift, que teria causado prejuízos de 750 milhões de dólares (2,37 bilhões de reais) ao banco. Ainda faltam ser analisadas operações da JBS envolvendo as empresas Pilgrim’s Pride e Bertin.
O BNDES detém atualmente 21,3% das ações da JBS, por meio do braço de investimentos em empresas BNDES Participações.
Outro lado
Procurada, a JBS disse, por meio de nota, que os aportes do BNDES “seguiram estritamente a legislação e foram amplamente divulgados, conforme regras da CVM, e de acordo com as práticas de mercado”.
Contatadas, a defesa do ex-ministro Guido Mantega e a assessoria do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho não se manifestaram até a publicação deste texto.
(Com Reuters)

NO O ANTAGONISTA
O dono do dinheiro
Brasil Quinta-feira, 19.10.17 07:27
Michel Temer já está usando a máquina estatal para favorecer João Doria em detrimento de Geraldo Alckmin.
Diz o Estadão:
“Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfrenta dificuldades para conseguir do governo federal a liberação de recursos para as obras do Rodoanel, o prefeito da capital, João Doria, recebe de ministros a garantia de investimentos na administração municipal.”
Marqueteiro ruim de bola
Brasil 19.10.17 07:14
Tite tem de processar Elsinho Mouco.
O marqueteiro do Palácio do Planalto, diz Andreza Matais, preparou uma campanha em que Michel Temer é comparado ao técnico brasileiro e Dilma Rousseff é associada a Felipe Scolari.
“A campanha é inspirada na derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha e na reviravolta do time com a mudança do técnico.”
O Brasil continua perdendo de goleada.
As chaves da cadeia
Brasil 19.10.17 07:05
Lula processou a Veja por uma capa em que ele aparecia vestido de presidiário.
Ontem os desembargadores do TJ negaram seu recurso.
Agora só falta transformar a imagem da Veja em realidade.

Toque de recolher
Brasil 19.10.17 06:30
O recolhimento noturno de Aécio Neves não vai acabar tão cedo.
O Antagonista sabe que os depoimentos dos delatores da OAS vão trancá-lo para sempre na Cidade Administrativa.
Ouro Preto
Brasil 19.10.17 06:22
Aécio Neves já saiu do PSDB.
Desde que foi gravado pedindo dinheiro para Joesley Batista, ele pertence ao partido de Michel Temer.
Na CCJ, como notou a Folha de S. Paulo, os tucanos deram 5 votos contra Michel Temer e 3 a favor — “desses, todos deputados de Minas Gerais ligados a Aécio Neves”.
Longe de Temer
Brasil 19.10.17 06:05
Os deputados governistas querem cargos e verbas de Michel Temer.
Eles só não querem ser vistos ao lado dele.
Gerson Camarotti citou o exemplo de Rodrigo Maia:
“O maior desconforto no Planalto é com os sucessivos ataques de Maia ao governo sem uma espécie de acerto prévio (…).
A percepção é que ele demonstrou a estratégia deliberada de se distanciar da imagem de Temer e do governo, que vive desaprovação recorde.”

MPF denuncia joalheiro por esquema de Cabral
Brasil Quarta-feira, 18.10.17 21:02
O MPF denunciou hoje Antonio Bernardo, dono da joalheria que leva seu nome e, segundo a Operação Calicute, foi usada para lavar dinheiro do esquema de Sérgio Cabral.
Bernardo e sua irmã, Vera Herrmann, fecharam acordo de delação premiada, pelo qual o joalheiro se comprometeu a pagar multa de R$ 10 milhões. Por isso, na própria denúncia o Ministério Público propôs suspensão do processo e prestação de serviços comunitários.
Segundo O Globo, é o mesmo procedimento adotado com a HStern, outra joalheria que admitiu a venda de peças a Cabral e Adriana Ancelmo sem a emissão de notas fiscais.
De acordo com a denúncia do MPF, Antonio Bernardo e HStern favoreceram a ocultação da origem da propina do esquema – ou seja, lavaram dinheiro – por meio da venda de joias avaliadas em R$ 4,2 milhões.


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