PRIMEIRA EDIÇÃO DE 17-10-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Terça-feira, 17 de Outubro de 2017
‘Crise’ Temer x Maia é praticamente combinada
É tão autêntica quanto a cabeleira implantada de alguns políticos a suposta “hostilidade” entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente da República. Às vésperas da votação da segunda denúncia contra Michel Temer, o deputado precisa fazer gestos e acenos para o “público interno” da Câmara, com a maior pose de “independência”, e para eleitores do Rio de Janeiro, onde é candidato a governador.
Profissionais
Experiente, Temer não exige e nem espera de Maia, candidato em 2018, o sacrifício de “colar” sua imagem à de um governo impopular.
Ligação umbilical
O deputado e sua mãe sabem que ele não teria sido eleito presidente da Câmara se Temer não quisesse. Mais que isso, Temer o escolheu.
Afinidade
Maia está mais afinado com Temer do que supõe a torcida juvenil pela “crise”. E tem sido leal ao presidente, sobretudo em momentos graves.
Questão familiar
Questões familiares não podem ser desprezadas: Rodrigo Maia é genro de Moreira Franco, um dos ministros mais ligados a Temer.
Barroso vai alegar suspeição, no caso Battisti
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá alegar suspeição para não participar da deliberação sobre o terrorista italiano Cesare Battisti. É que, como advogado, ele participou da defesa do italiano, ao lado de Luiz Eduardo Greenhalgh, quando o próprio STF julgava a extradição, afinal aprovada e ignorada pelo então presidente Lula que deu ao bandido o status de “asilado político”.
Soltura do terrorista
Em junho de 2011, Barroso obteve o habeas corpus que soltou o terrorista, preso 4 anos antes enquanto o STF julgava sua extradição.
Advogado gratuito
Barroso foi “a estrela do processo”, segundo a revista Consultor Jurídico, mas não ganhou um único centavo pelo trabalho.
Primeiro caso criminal
O caso Battisti foi o primeiro processo em que Barroso atuou em questões criminais. Na época, prometeu que não voltaria a fazê-lo.
Mergulho
Do tipo inquieto, engraçado, comunicativo, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), cujos endereços foram vasculhados ontem pela Polícia Federal, não atualiza posts no Facebook desde 26 de agosto deste ano.
Direito de defesa
Apesar de José Dirceu estar condenado em segunda instância, é necessário que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região analise os recursos antes de determinar a prisão do ex-ministro de Lula.
Festão no Leblon
O site Alerta Leblon prepara manifestação, em 17 de novembro, para marcar os primeiros doze meses de prisão do ex-governador Sérgio Cabral. O “festão” será na rua Aristides Espíndola, em frente ao prédio onde a mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, cumpre prisão domiciliar.
Haja disposição
Deve consumir pelo menos 40 horas a discussão do relatório que rejeita a segunda denúncia contra Michel Temer, entre terça-feira (17) e quinta-feira (19), na CCJ da Câmara. Já são mais de 130 inscritos.
Oportunismo rastaquera
Moradores da Rocinha apontam buracos na fachada de suas casas para jurar que são balas e cobrar indenização de R$140 mil do Exército. Mas não falam em cobrar o mesmo dos traficantes da favela.
Homenagem de Temer
O presidente Michel Temer homenageia neste dia 17, com a Ordem do Mérito Médico, o admirado cardiologista José Wanderley Neto, que há décadas se dedica à saúde pública, com mais 20 mil cirurgias.
Para evitar e esquecer
Além do serviço ruim, a Sky debocha do cliente insatisfeito dificultando ao máximo o cancelamento de assinatura. Os burocratas da Anatel, pagos a peso de ouro para regular o mercado, fingem que não veem.
Presença normal
Na tarde desta segunda-feira (16) não passaram de 11 os deputados que compareceram à Câmara dos Deputados. O maior quórum do dia somava 15 deputados federais.
Pensando bem...
...a vaia ao casal Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo no Museu Hermitage, na Rússia, não foi protesto, foi manifestação artística.

NO DIÁRIO DO PODER
Irmãos Batista viram réus por manipular o mercado
Dupla se beneficiou com informações privilegiadas para lucrar

Publicado segunda-feira,  16 de outubro de 2017 às 18:14 - Atualizado às 18:36
Da Redação
Nesta segunda-feira (16) a Justiça Federal em São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os irmãos Joesley e Wesley Batista pelos crimes de uso de informações privilegiadas e manipulação de mercado por meio das empresas JBS e J&F.
Segundo a denúncia os irmãos se beneficiaram com informações para obter lucro no mercado financeiro. Para o MPF, Joesley e Wesley lucraram R$ 100 milhões com a compra de dólares nas vésperas do vazamento de suas delações premiadas com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
No entendimento da PGR eles fizeram isso para reduzir o prejuízo da empresa, prevendo a queda das ações da JBS. Dias antes do vazamento do acordo de delação, os irmãos Batistas compraram US$ 1 bilhão. No dia seguinte do vazamento, o dólar disparou, subindo mais de 8%.
Durante o fechamento da delação, Joesley Batista determinou a venda de 37.427.900 ações na bolsa pelo valor de quase R$ 374 milhões. No mesmo período, Wesley Batista determinou a compra de 23.037.500 ações da JBS pela JBS S/A.
Tanto Joesley como Wesley estão presos desde setembro, agora são réus.

Inventário de Marisa aponta patrimônio de R$11,7 milhões
Ela nem trabalhava, mas acumulou com Lula rico patrimônio

Publicado segunda-feira, 16 de outubro de 2017 às 17:06 - Atualizado às 18:06
Da Redação
Foram entregues na semana passada, pelos advogados, informações sobre os bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro deste ano. As informações, parte do inventário de Marisa, apontam um patrimônio declarado que soma R$ 11,7 milhões. As informações são do site da Revista Época desta segunda (16).
A lista entregue apresenta 20 bens entre imóveis, carros e aplicações financeiras. Entre os mais valiosos estão duas aplicações na previdência privada, que alcançam R$ 9 milhões. O levantamento não possibilitou o acesso a todas as aplicações financeiras e foi preciso solicitar junto a Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil na Bolsa de Valores extratos e posições consolidadas.
Leia abaixo a relação de bens do casal:
1 – Apartamento residencial no Edifício Green Hill, em São Bernardo do Campo
Valor: R$ 602.435,01
2 – Apartamento residencial, número 92, no Edifício Kentucky, em São Bernardo do Campo
Valor: R$ 179.606,73
3 – Apartamento residencial, número 102, no Edifício Kentucky, em São Bernardo do Campo
Valor: R$ 179.606,73
4 – Fração do Sítio Engenho da Serra, em São Bernardo do Campo
Valor: R$ 413.547,57
5 – Direito de aquisição de uma fração do Sítio Engenho da Serra, em São Bernardo do Campo
Valor: R$ 130.000,00
6 – Automóvel Ford Ranger 2013/2013
Valor: R$ 104.732,00
7 – Automóvel Ômega CD 2010/2011
Valor: R$ 57.447,00
8 – Conta corrente no Bradesco
Valor: R$ 26.091,51 (posição de fevereiro/2017)
9 – Crédito junto à Bancoop referente a sua demissão do quadro de sócios
Valor: R$ 320.999,20 (posição de fevereiro/2017)
10 – 98 mil cotas sociais da LILS Palestras, Eventos e Publicações
Valor: R$ 145.284,91
11 – Poupança na Caixa
Valor: R$ 126.827,43
12 – Poupança no Itaú
Valor: R$ 21.438,70
13 – Poupança no Bradesco
Valor: R$ 2.946,69
14 – Aplicação financeira Invest Plus, no Bradesco
Valor: R$ 16.605,25
15 – Aplicação financeira LCA, no Banco do Brasil
Valor: R$ 98.378,89
16 – Renda Fixa, no Banco do Brasil
Valor: R$ 191.926,45
17 – Renda Fixa, no Banco do Brasil
Valor: R$ 52.709,96
18 – Renda Fixa, no Banco do Brasil
Valor: R$ 39.929,24
19 – Previdência Privada VGBL, no Banco do Brasil
Valor: R$ 7.190.963,75
20 – Previdência Privada VGBL, no Banco do Brasil
Valor: R$ 1.848.331,34
Total: 11.749.806,36.

NO BLOG DO JOSIAS
Deltan teme que STF impeça prisão de condenados poderosos, inclusive Lula

Por Josias de Souza
Terça-feira, 17/10/2017 04:01
(...)
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol está apreensivo com o vaivém do Supremo Tribunal Federal. Teme que, depois da decisão que beneficiou Aécio Neves, a Suprema Corte altere a regra sobre a prisão de condenados em segunda instância, para deter a punição de réus ilustres, entre eles Lula. “O receio é que, conforme a investigação tenha se dirigido a uma totalidade de partidos políticos, a políticos relevantes de todo espectro ideológico exista uma espécie de freio por parte do Supremo Tribunal Federal, impedindo a responsabilização de pessoas poderosas”, disse o procurador em entrevista ao blog. (...)
O Supremo aprovou, em outubro de 2016, o encarceramento de pessoas condenadas na segunda instância. A decisão foi apertada: 6 votos a 5. Depois disso, “alguns ministros começaram a querer mudar de ideia”, disse Dallagnol. Desejam que “a prisão aguarde o julgamento de terceira instância (STJ) ou quarta instância (STF)”. Inquirido sobre a situação de Lula, o coordenador da Lava Jato disse acreditar que o TRF da 4ª Região confirmará a condenação imposta por Sergio Moro no Caso do Tríplex. “A valer as regras atuais, ele deve, sim, ser preso no momento seguinte”, declarou o procurador, antes de levar o pé atrás:
“Diante da tendência de rever o julgamento da execução provisória da pena, vários ministros [do Supremo] começaram a dar decisões liminares para soltar réus que foram presos após a decisão de segundo grau. Eles estão fazendo isso contra a decisão proferida pelo pleno do tribunal.” O ministro Gilmar Mendes é um dos adeptos da política de celas vazias, recordou o repórter. E Dallagnol: “Foi uma decisão do Tribunal pleno, com efeito vinculante a toda a Justiça. Uma decisão contrária de um ministro retira a credibilidade do próprio Tribunal.”
(...)
Uma das inquietações do coordenador da Lava Jato é a ausência de chefões com mandato no rol dos condenados. Ele empilhou os alvos atingidos pela força tarefa de Curitiba: empresários, lavadores de dinheiro, altos executivos da Petrobras… E lamentou: “Faltam os grandes chefes desse esquema criminoso, as pessoas mais responsáveis entre todas por ele, que foram os políticos poderosos que organizaram. Falta a responsabilização deles. E a responsabilização deles tramita exatamente no Supremo Tribunal Federal.”
Para Dallagnol a anomalia pode se agravar se o Supremo permitir que ocorra a combinação de duas novidades: a aprovação de restrições à abrangência do foro privilegiado e a revisão da regra que permitiu a execução da pena já na segunda instância. O procurador avalia que o envio de parlamentares e autoridades da Suprema Corte para a primeira instância do Judiciário seria uma providência benfazeja. Mas pondera: “Se, ao mesmo tempo, [o Supremo] decidir que a pena só pode ser executada depois da terceira, da quarta instância, isso é dar o prêmio de impunidade para todas essas pessoas cujos processos vão descer para a primeira instância.”(...)
Dallagnol fez uma avaliação ácida sobre o julgamento em que o Supremo decidiu, por 6 votos a 5, que cabe à Câmara e ao Senado dar a palavra final sobre sanções cautelares impostas a deputados e senadores. Sanções como a suspensão do mandato, por exemplo. A novidade veio à luz para beneficiar o senador tucano Aécio Neves. Faltou “coerência”, disse o coordenador da Lava Jato. “Quando o Tribunal dá uma decisão em relação a Eduardo Cunha, dizendo que é cabível, sim, o afastamento dele e, numa situação idêntica, envolvendo Aécio Neves, o tribunal dá uma decisão diferente, todos os cidadãos passam a questionar: peraí, será que tem alguma coisa por trás dessa decisão? Isso coloca em cheque a credibilidade do Judiciário.”
Na visão de Dallagnol, uma deliberação como a que favoreceu Aécio teria de ser “devidamente justificada”, para atenuar a incoerência. Algo que “não aconteceu”. Nesse ponto, o procurador filosofou: “A História, infelizmente, não é feita apenas de avanços no processo civilizatório. Você tem avanços e retrocessos. E nós precisamos aprender a viver com eles e a responder a eles do modo o mais construtivo possível. Eu fico muito contente ao ver a sociedade se envolvendo, se inteirando sobre o que aconteceu, passando a aprender como funcionam as instituições, como funciona o nosso sistema de Justiça. A sociedade pode mudar essa realidade.”
(...)
No julgamento que favoreceu Aécio, alguns ministros destacaram a conveniência de preservar a harmonia entre os Poderes Judiciário e Legislativo, eliminando os conflitos. Dallagnol tomou distância desse discurso: “Eu não posso concordar com esse argumento, porque existe uma divisão de funções e de papeis. Ao Poder Judiciário cumpre dar a última palavra em toda discussão jurídica. Mais do que isso: essa não é uma decisão contramajoritária do Poder Judiciário, em que ele deveria ficar preocupado com uma crise institucional.”
Tomado pelo timbre, Dallagnol pareceu soar como se preferisse um Supremo afirmativo, não a Corte contemporizadora que se rendeu à caciquia do Senado. “Essa é uma decisão em que, se o Supremo determinasse a prisão ou o afastamento do mandato de um parlamentar acusado com fortes provas de corrupção, ele estaria dando uma decisão altamente majoritária. E mais: se for descumprida, existe uma solução prática para essa questão, que é simplesmente determinar a prisão do senador, para afastar da vida parlamentar.”
(...)
Em nota oficial, a força-tarefa da Lava Jato informou que são “ideologicamente falsos” os recibos que a defesa de Lula apresentou para demonstrar o suposto pagamento de aluguel do apartamento contíguo ao do ex-presidente, em São Bernardo do Campo. De onde vem a certeza?, quis saber o repórter. “Existem provas mostrando que o dinheiro que gerou a compra daquele apartamento é o dinheiro que veio da Odebrecht”, afirmou o procurador.
Dallagnol prosseguiu: “Não há prova de que ele [Lula] tenha pago alugueis ao longo do tempo. Não existe nenhuma transação financeira. […] Chegou a ser apreendida uma planilha de despesas domésticas do ex-presidente. E nessa planilha constavam o pagamento do condomínio desse segundo apartamento. Agora pergunte se constava o pagamento do aluguel. Não constava. Constava o pagamento do condomínio, o pagamento do IPTU. Mas não constava o pagamento do aluguel.”
(...)
O procurador negou que o Lava Jato esteja perto do fim em Curitiba, como dissera o juiz Sergio Moro dias atrás. “Essa afirmação do juiz Sergio Moro, na minha impressão, reflete muito mais um desejo do que a uma realidade.: , disse o procurador. “Basta nós vermos que ele já tinha feito uma declaração semelhante há mais de um ano. Em Curitiba, hoje, nós temos muito ainda por percorrer.”
O coordenador da Lava Jato revelou que, entre os casos ainda pendentes de investigação está o da compra ruinosa da refinaria texana de Pasadena, na época em que Dilma Rousseff era presidente do conselho de administração da Petrobras. Acrescentou: “Nós ainda temos outras áreas para explorar. A investigação suíça da Lava Jato já alcançou mais de mil contas. E menos de 300 foram encaminhadas ao Brasil até o momento. Nós ainda temos que explorar ações contra partidos políticos, ações contra bancos, porque grande parte desse esquema aconteceu por falha do sistema de compliance de bancos.”

Temer levou a sensibilidade humana ao balcão
Por Josias de Souza
Terça-feira, 17/10/2017 00:11
O governo de Michel Temer baixou portaria para dificultar a punição do trabalho escravo no País. Pense nisso sem pensar no resto. Esqueça a crise econômica e a crise moral. Pense só nisso. O trabalho análogo à escravidão, cuja existência em pleno século 21 já era um escândalo, virou um escárnio. Temer atende a uma exigência da bancada ruralista, que ameaçava votar a favor da denúncia contra o presidente na Câmara.
A pretexto de salvar o que lhe resta de mandato, Temer desdenha da posteridade para, conscientemente, criar embaraços para os fiscais do trabalho escravo. É como se o presidente da República, para preservar o próprio pescoço, se tornasse escravo dos interesses mais mesquinhos. O governo alcançou o estágio da banalidade do mal. Assume sua vilania, sua crueldade gratuita, com hedionda naturalidade.
Experimente colocar a portaria que cria embaraços à fiscalização do trabalho escravo nas suas circunstâncias. Pense na reunião em que o presidente discutiu com seus auxiliares o atendimento às demandas dos deputados ruralistas. Não ocorreu a ninguém dizer ‘quem sabe no combate ao trabalho escravo a gente não mexe!’ Ou ‘vamos oferecer mais cargos e emendas para essa gente’. Nada disso. Não ocorreu a ninguém dizer ‘gente, trabalho escravo pode pegar mal’. O mais trágico não é nem a crueldade. A tragédia está na percepção de que, para salvar Temer, até a sensibilidade humana foi levada ao balcão.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Editorial do Estadão: Pasadena não terminou
A desculpa apresentada por Dilma não eximiu sua responsabilidade. Antes, foi a confissão de sua culpa, ao admitir que havia atuado com negligência

Por Augusto Nunes
Terça-feira, 17 out 2017, 07h11
Na quarta-feira passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu que a ex-presidente Dilma Rousseff e os demais integrantes do Conselho de Administração da Petrobras – Antonio Palocci, Sergio Gabrielli, Claudio Haddad, Fabio Barbosa e Gleuber Vieira – foram responsáveis pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006. O Tribunal decidiu que os ex-conselheiros devem responder pelo prejuízo decorrente da aquisição, estimado em US$ 580 milhões. Os seus bens, em conjunto com os dos membros da diretoria executiva da empresa, foram decretados indisponíveis, cautelarmente, pelo período de um ano.
Ao responsabilizar os autores de uma compra tão prejudicial e tentar ressarcir o prejuízo à Petrobras, a decisão do TCU chega com imenso atraso. Mais de uma década já transcorreu desde a desastrosa aquisição e são escassas as chances de reparação dos danos provocados pela gestão irresponsável. Conforme declarou em seu voto o ministro Vital do Rêgo, “a diretoria executiva apreciou a aquisição de Pasadena em um dia e o Conselho de Administração aprovou uma negociação de milhões de dólares exatamente no dia seguinte”.
Segundo o relator, “não se tem dúvida de que o Conselho contribuiu para a prática de gestão de ato antieconômico no que se refere à aquisição da primeira metade da refinaria”. Na época da deliberação sobre a compra da refinaria de Pasadena, Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil do governo Lula e comandava o Conselho de Administração da Petrobras. Todos os integrantes do conselho seguiram o seu voto.
A compra da refinaria de Pasadena foi feita em duas etapas. Na primeira, realizada em 2006, a Petrobras pagou US$ 359,2 milhões à Astra Oil por metade dos ativos da refinaria. Depois, em menos de um ano, foi negociada a aquisição dos 50% remanescentes. O ministro Vital do Rêgo lembrou que “os fatos aqui narrados não se configuram em prejuízos advindos de um risco negocial, inerente à tomada de decisão pelo administrador, mas sim em desídia, na medida em que os responsáveis não se valeram do devido cuidado para garantir decisões refletidas e informadas”.
Em 2014, quando veio à tona o prejuízo causado com a compra da refinaria, a então presidente Dilma Rousseff disse ao Estado que apoiou a aquisição porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. Dilma Rousseff referia-se ao “resumo executivo” sobre o negócio Pasadena elaborado pela diretoria internacional da Petrobras, que, na época, era comandada por Nestor Cerveró.
Como é lógico, a desculpa apresentada por Dilma Rousseff não serviu para eximir sua responsabilidade. Antes, foi a confissão de sua culpa, ao admitir expressamente que havia atuado com negligência, imprudência e imperícia. Depois da declaração de Dilma Rousseff ao Estado, o que cabia às autoridades era investigar se houve dolo nesse negócio que, sob o pretexto de expandir a capacidade de refino da Petrobras no exterior, causou tanto prejuízo à empresa. A autoria já estava reconhecida pela presidente do Conselho.
É estranho, portanto, que, depois de todo esse tempo transcorrido, a única voz a se manifestar sobre a compra da refinaria de Pasadena seja a de um Tribunal que não integra o Poder Judiciário. Como se sabe, o TCU é um órgão auxiliar do Congresso Nacional. Tem-se a impressão de que o Ministério Público e a Polícia Federal não consideram o caso relevante. Em julho deste ano, o Estado revelou que o inquérito da Operação Lava Jato a respeito da refinaria de Pasadena ainda não havia sido concluído. O caso era mais um de um conjunto de 244 investigações abertas em Curitiba e que estavam à espera de um desfecho.
Depois de tudo o que já foi revelado sobre a compra da refinaria de Pasadena, nada explica que o caso não seja apreciado pelo Poder Judiciário. Produzir o escândalo não é suficiente para realizar a justiça. É preciso fazer o trabalho até o final.

NO O ANTAGONISTA
Urgente: STF decide que voto sobre Aécio tem de ser aberto
Brasil Terça-feira, 17.10.17 07:54
O voto sobre o afastamento de Aécio Neves terá de ser aberto.
Alexandre de Moraes acabou de conceder uma liminar nesse sentido, informou a BandNews..
As preliminares de Aécio
Brasil 17.10.17 07:26
A conta para salvar Aécio Neves está apertada.
Ele precisa de 41 votos. Mas uns 15 senadores devem escapar do plenário.
Por esse motivo, Cássio Cunha Lima tenta devolver a matéria para o STF.
Ele explicou a manobra para O Globo:
“É um argumento preliminar para discussão sobre o tema. Tem que responder a seguinte pergunta: a suspensão do mandato parlamentar pode ser definida por uma turma do STF ou precisa de decisão do plenário?”
Senado quer devolver Aécio Neves ao STF
Brasil 17.10.17 07:03
O STF se curvou ao Senado e entregou-lhe o caso de Aécio Neves.
Como Aécio Neves corre o risco de ser derrotado no plenário, o Senado agora está manobrando para devolver o caso ao STF.
Raimundo Lira disse para O Globo:
“É um direito do PSDB entrar com um recurso no STF para tentar anular a decisão da Primeira Turma.”
Sim, é desolador.
A dieta de Lula
Brasil 17.10.17 06:35
Lula, que se alimenta exclusivamente de laranjas, atacou a ração de João Doria:
“O prefeito de São Paulo resolveu na semana passada que o povo pobre tem que comer ração. Sinceramente, eu já vi muita coisa nesse País, mas um representante da elite brasileira pegar resto de comida em restaurante e mandar fazer uma raçãozinha, como a ração que se dá para cachorro, e achar que filho de pobre tem que comer, aquilo não é respeitar as pessoas humildes desse País.”
A “raçãozinha para cachorro”, como explicou a Folha de S. Paulo, não é um projeto de João Doria, e sim da Igreja Católica, que tenta desenvolver novas maneiras para combater a fome.
Nem todo mundo pode seguir a dieta de Lula.
Barro gourmet
Brasil 17.10.17 06:27
Uma nutricionista que ajudou a desenvolver a farinata da Igreja Católica disse à Folha de S. Paulo:
“Vai demorar para as pessoas entenderem. Eu já vi a fome porque participei de projetos sociais na seca no Nordeste, e você vê criança que come barro e terra porque é o que ela tem na frente para comer.”
O Sucrilhos dos pobres, depois que se tornou uma arma de propaganda contra João Doria, passou a ser atacado por um monte de gente.
A reportagem citou, por exemplo, uma certa chef Janaína Rueda, segundo a qual “alimentar-se é um ritual de preparo e degustação, algo que o granulado não oferece”.
Degustação de barro e terra.
Exclusivo: Marisa ‘comprou’ sítio 6 meses antes de morrer
Não categorizado Segunda-feira, 16.10.17 21:24
Em 26 de agosto de 2016, mesmo dia em que foi indiciada pela Polícia Federal no esquema do triplex do Guarujá, Marisa Letícia registrou em cartório a compra de uma área rural de 25 mil m², às margens da represa Billings, em São Paulo.
Segundo a escritura, anexada ao plano de partilhas de seu inventário, a mulher de Lula teria pago R$ 230 mil pela propriedade.
Uma semana depois de ser denunciada pelo MPF, em 22 de setembro, Marisa registrou em cartório a compra de outra área de 20,5 mil m², pela qual teria desembolsado outros R$ 530 mil.
As duas ‘novas’ propriedades fazem parte do chamado Sítio Engenho da Serra, mas conhecido como Los Fubangos, onde Lula fazia reuniões políticas.
Até então, Marisa havia informado à Receita Federal possuir o equivalente a apenas 36% da segunda área – o restante (64%), agora se sabe, estava em nome da família Higuchi.
Integrantes da Lava Jato ouvidos por O Antagonista acham estranho que Marisa tenha resolvido investir quase R$ 800 mil para ampliar seu patrimônio num momento tão delicado das investigações.
É mais provável que a mulher de Lula tenha sido pressionada a regularizar a situação da propriedade, que, pelo visto, estava havia décadas em nome da família Higuchi.
O patriarca dos Higuchi é Sadao Higuchi, que morreu em 1998 em circunstâncias nebulosas. Ele foi tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos.
Pouco antes de morrer, Paulo Henrique Amorim (ele mesmo), denunciou na Band que Sadao internalizava recursos ilegais do exterior por meio do escritório de Roberto Teixeira.


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