PRIMEIRA EDIÇÃO DE 27-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2017
O desempenho do ex-presidente Lula em pesquisas para presidente, na disputa de 2018, reproduz um fenômeno eleitoral de Paulo Maluf, hoje deputado pelo PP-SP. Para o especialista Murilo Hidalgo, do instituto Paraná Pesquisas, “Lula é o novo Maluf”. Se for candidato, são grandes suas chances ser o mais votado no primeiro turno, mas sua rejeição muito alta inviabilizaria a vitória na disputa de segundo turno.
Se for mantido solto e elegível, Lula terá no primeiro turno entre 25% e 30% dos votos para presidente da República, estima Hidalgo.
Como Maluf, Lula tem rejeição muito elevada, superior a 50%, por isso quem disputar o 2º turno contra ele tem maiores chances de vitória.
Maluf teve sucesso político em SP desde 1967. Mas a partir de 1988 o capital político dele se degradou. E só voltou à política como deputado.
Em ‘90, ‘98, ‘00, ‘02 e ‘04 Maluf liderou no 1º turno para governador ou prefeito de São Paulo, mas perdeu no 2º. Em 2008 já não liderou mais.
O voto errado do eleitor do Rio de Janeiro, que em 2006 elegeu Sérgio Cabral (PMDB), levou o Estado à maior crise política, financeira e moral da sua História. Conhecida pela coragem e honestidade, a juíza Denise Frossard abandonou a magistratura para tentar fazer da política uma atividade decente. Após se eleger deputada, ela seria derrotada por Sérgio Cabral naquela disputa pelo governo fluminense, em 2006.
Denise Frossard se notabilizou nacionalmente, em 1993, ao condenar à prisão 14 bicheiros e outros integrantes do crime organizado.
Na eleição para o governo estadual, Denise Frossard chegou a disputar o segundo turno, mas teve 32% dos votos, contra 68% de Cabral.
Eleita governadora naquele ano, Denise Frossard certamente evitaria a atual crise do Rio, mas algo não mudaria: Sérgio Cabral estaria preso.
A polícia política do ditador venezuelano Nicolás Maduro descobriu que dois deputados haviam negociado asilo político no Brasil, no fim de semana, e cercou suas casas com milícias fortemente armadas.
O aviso circula nas redes sociais: “Sexta-feira eu vou trabalhar. Quem fizer greve será usado por vagabundos para apoiar Lula”. Outra mensagem diz que “fará greve quem não apoia a Lava Jato”.
Por determinação do presidente Michel Temer, todos os ministros fizeram plantão na tarde desta quarta-feira (26), na Câmara, focados na votação da reforma trabalhista.
A morte do jornalista Carlos Chagas cobriu de tristeza sua imensa legião de amigos e admiradores. Mestre no jornalismo e na vida, Chagas foi a definição perfeita de um homem de bem. Seu enterro será nesta quinta (27) às 16h, no Campo da Esperança, em Brasília.
Renan Calheiros foi derrotado, ontem, na aprovação do projeto que pune abuso de autoridade. O texto aprovado se distanciou do original, visto como tentativa de intimidar quem investiga o líder do PMDB.
A Justiça do Acre condenou o índio Antônio José Moreira da Silva por ter estuprado uma menina de 11 anos. Que ele cumpra os 23 anos de prisão, ao contrário de Paulinho Paiakan, um cacique caiapó bajulado pela imprensa e condenado por estupro em 1992, ainda hoje impune.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado foi aprovada ontem no Senado por 75x0 votos. A estranha unanimidade deixou muita gente em estado de alerta.
O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (Fortaleza) aproveitou a “greve geral”, convocada pelos admiradores dos ladrões da Lava Jato, para alongar o feriadão: ali, sua folga vai de sexta a segunda, dia 1º.
...“abuso de autoridade” é senador que cria lei contra quem o investiga.

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO
DELATOR REVELA PREOCUPAÇÃO DE LULA EM ESCONDER QUE O TRÍPLEX ERA SEU
EM REUNIÃO, SUA PREOCUPAÇÃO ERA OMITIR SER DELE O APARTAMENTO
Publicado: quarta-feira, 26 de abril de 2017 às 21:58 - Atualizado às 00:07
Redação
O ex-presidente da OAS Empreendimentos, Fábio Hori Yonamine, confirmou ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, ter participado de reunião com o então presidente da construtora, Léo Pinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama Marisa Letícia para "apresentar" o triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá. A organização do encontro teria sido um pedido pessoal de Léo Pinheiro ao executivo.
Yonamine é réu em ação penal que investiga se Lula teria recebido propinas de R$ 3,7 milhões da OAS - parte teria sido repassada ao petista por meio de investimentos no imóvel. O empreendimento foi assumido pela OAS, em acordo com cooperados da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).
O executivo relatou ter organizado, com Léo Pinheiro, a visita de Lula ao triplex, em 2014. O encontro teria sido conduzido por Léo Pinheiro e, segundo Yonamine, foi "uma apresentação do apartamento". Na ocasião, não houve pedidos do petista, mas algumas "preocupações" foram externadas a respeito do imóvel, afirmou o executivo.
"Que eu tenho lembrança, uma escada que era muito estreita e uma preocupação da exposição do ex-presidente em relação a ter apartamento. Da exposição da vizinhança e tudo mais", relatou.
A reforma custou R$ 1,5 milhão, segundo os cálculos do executivo da OAS, e o projeto final previa um novo quarto, um elevador, uma reforma nas escadas, a mobília e os equipamentos da cozinha.
"Essa foi uma reforma totalmente atípica - pedido atípico e único que doutor Léo [presidente da OAS] fez. Ele não deu explicação, fez um pedido", lembrou.

OPERAÇÃO CALICUTE
ADRIANA ANCELMO CONTINUA EM PRISÃO DOMICILIAR ATÉ JULGAMENTO DOS RECURSOS
ATÉ SEUS RECURSOS SEREM JULGADOS, ELA FICA EM PRISÃO DOMICILIAR
Publicado: quarta-feira, 26 de abril de 2017 às 21:06
Redação
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) confirmou na noite desta quarta-feira, 26, que a decisão da Primeira Turma Especializada, de mandar a ex-primeira dama do Rio, Adriana Ancelmo, de volta à prisão, só será cumprida após o julgamento dos recursos do processo. Com isso, ela continua em prisão domiciliar.
Mais cedo, a defesa da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral afirmou à reportagem que para que se aguarde o julgamento de todos os recursos no tribunal antes de cumprir a determinação, o desembargador Abel Gomes, do TRF2, reconsiderou a decisão de mandá-la imediatamente de volta à prisão. Amanhã, Adriana irá prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, em Curitiba.
Durante o dia de hoje, o desembargador Abel Gomes, relator do processo, chegou a pedir à 7ª Vara Federal Criminal do Rio a emissão do novo mandato de prisão preventiva, mas voltou atrás após a defesa da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral ter apresentado recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espirito Santo foram a favor da volta de Adriana ao sistema carcerário, enquanto o desembargador Ivan Athié defendeu que Adriana continuasse em prisão domiciliar. Ele defendeu que trata-se de uma questão humanitária. "Quero privilegiar a situação dos menores e não da mãe", afirmou Athié acrescentando reconhecer que as acusações contra ela são "graves".
A ex-primeira dama, presa na Operação Calicute, é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro na organização criminosa que seria liderada por Cabral.
A defesa tem dez dias para apresentar o recurso. De acordo com Vieira, o embargo será entregue e, posteriormente, deve ocorrer um novo julgamento em que participam os desembargadores da Primeira e Segunda Turma Especializada do TRF2. "Foi refeita uma decisão errada do tribunal uma vez que não se tinha esgotado o julgamento", disse.
A determinação da Primeira Turma ocorreu após pedido do Ministério Público Federal (MPF). Adriana cumpre prisão domiciliar desde 29 de março, quando o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, decidiu conceder a mudança do regime prisão ao considerar que a acusada tem filho menor de 12 anos. A mulher de Cabral é mãe de duas crianças, de 10 e 14 anos. Antes, estava presa preventivamente em Bangu, na zona oeste do Rio, desde 6 de dezembro.
A procuradora da República Silvana Batini disse que "a Justiça deve ao cidadão fluminense que se envide todos os esforços para a recuperação do dinheiro desviado, especialmente pelo momento que o Estado do Rio está passando". "Esse dinheiro está fazendo falta para diversos setores vitais", afirmou a procuradora após o julgamento.
A procuradora defendeu ainda que a conversão em prisão domiciliar afronta o princípio da isonomia, que defende que todos são iguais perante a lei, "já que há milhares de outras mulheres com filhos detidas e que não foram favorecidas da mesma forma".

NO BLOG DO JOSIAS
Tribunais regionais do trabalho aderem à greve
Josias de Souza
Quinta-feira, 27/04/2017 02:52
Pelo menos três tribunais regionais do trabalho aderiram à greve convocada para esta sexta-feira (28) contra as reformas trabalhista e previdenciária. Em comunicados formais, os TRTs sediados em Minas Gerais (3ª Região), no Rio Grande do Sul (4ª Região) e na Bahia (5ª Região) cancelaram o expediente, suspenderam prazos processuais, adiaram audiências e liberaram os servidores. Não haverá corte de ponto. Na prática, a liberação emendou, às custas do contribuinte, um dia extra de folga no feriadão que será esticado até segunda-feira (1º), Dia do Trabalhador.
Os pretextos invocados para justificar a adesão à greve são inusitados. Argumenta-se que não haverá serviços de transporte público. Ou seja: em vez de zelar para que o serviço seja assegurado à população, a Justiça do Trabalho antevê que a paralisação convocada pela CUT e movimentos sociais anti-Temer se converterá em transtorno para as pessoas que dependem de transporte público. Alega-se, de resto, que é preciso resguardar a segurança de magistrados, advogados, servidores e até da clientela dos tribunais. Dá-se de barato, portanto, que haverá manifestações violentas.
Ironicamente, as leis e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal impõem à Justiça do Trabalho a atribuição de zelar para que as greves em serviços públicos essenciais não afetem a população. Foi o que ocorreu, por exemplo, em São Paulo. Acionado pela companhia que administra o metrô paulistano, o TRT de São Paulo determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários mantenha em atividade 80% da mão-de-obra nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 60% no resto do dia. Sob pena de amargar multa de R$ 100 mil.
Acima de qualquer pretexto, a greve remunerada nos tribunais de Minas, Bahia e Rio Grande do Sul foi motivada pela contrariedade dos magistrados da Justiça do trabalho com as reformas propostas por Michel Temer — sobretudo a trabalhista, aprovada pela Câmara em sessão que se estendeu até a madrugada desta quinta-feira (27). Avalia-se que a proposta, que segue para o Senado, esvazia os tribunais ao flexibilizar direitos trabalhistas e privilegiar os acordos firmados entre patrões e empregados.
No comunicado que veiculou em seu site, o TRT gaúcho não disfarçou sua aversão às propostas que tramitam no Congresso. Anotou que a adesão à greve levou em conta as manifestações de entidades que expressaram publicamente repúdio às reformas patrocinadas pelo governo. O texto menciona a OAB-RS, Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas, Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região, Fórum Interinstitucional de Defesa do Trabalho e Previdência Social e Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul.
O surto grevista ocorre à revelia do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Líderes de partidos governistas surpreenderam-se com a novidade. Legendas que dão suporte legislativo à gestão Temer cogitam protocolar representação no Conselho Nacional de Justiça contra os responsáveis pela paralisação. Veja abaixo reprodução da cópia da portaria editada pelo TRT de Minas Gerais sobre a greve.





Governo não alcança quórum para Previdência
Josias de Souza
Quinta-feira, 27/04/2017 00:28
Pendurado ao telefone, Michel Temer parabenizou líderes governistas e ministros pela aprovação da reforma trabalhista no plenário da Câmara. O placar foi expressivo: 296 votos a 177. Mas houve oito dezenas de defecções no pelotão governista (veja a lista de votação). Ficou demonstrado algo que o Planalto já receava: o governo está longe de obter os 308 votos de que precisa para prevalecer na votação da reforma da Previdência.
Muitos dos deputados que ajudaram a aprovar a mexida na CLT já avisaram que não repetirão o gesto ao apreciar a reforma previdenciária. Operadores do governo aconselham Temer a adiar a embate, previsto inicialmente para o início de maio. Comparam o desafio ao esforço realizado para aprovar o impeachment de Dilma Rousseff. “Não será uma tarefa simples”, disse um ministro ao blog.
Pelo calendário do Planalto, o texto da emenda constitucional da Previdência será voltado na comissão especial da Câmara na próxima terça-feira. Isso não deve mudar. O governo estima que, nesse colegiado, já dispõe de maioria. Quanto à data da votação em plenário, a definição ficará condicionada à evolução do mapa de votação. Hoje, admitem todos, o governo seria derrotado.

Fachin, relator da Lava Jato, insinua que está só
Josias de Souza
Quarta-feira, 26/04/2017 22:41
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, despejou sobre os microfones nesta quarta-feira uma frase enigmática. Ao comentar a sessão em que a Segunda Turma do Supremo mandou soltar, por 3 votos a 2, uma dupla de condenados da Lava Jato, Fachin declarou aos repórteres: “Eu saí daqui ontem com vontade de reler o Ibsen: ‘O inimigo do Povo’, a história do doutor Stockmann.”
A menção ao dramaturgo Henrik Ibsen não foi gratuita. A peça escolhida por Fachin não poderia ser mais simbólica. Conta a história do médico Thomas Stockmann. Ele descobriu os poderes curativos das águas de uma cidade. A revelação trouxe prosperidade. O diabo é que o mesmo Stockmann constatou que as águas contaminaram-se. Esforçou-se para convencer a população. Virou “inimigo do povo”, perseguido nas ruas.
Na fatídica sessão da Segunda Turma, Fachin votou pela manutenção da prisão domiciliar do pecuarista José Carlos Bumlai e do encarceramento do ex-gestor das arcas do PP, João Cláudio Genu. Nos dois casos, o relator perdeu por 3 a 2. Ficou entendido que a posição mais rigorosa em relação à Lava Jato tornou-se minoritária na turma que cuida do escândalo do Petrolão na Suprema Corte.
Na peça de Ibsen, o doutor Stockmann, incompreendido e amaldiçoado, faz uma espécie de exaltação à individualidade: “O homem mais forte é o que está mais só”, diz ele na última frase do enredo, antes do fechamento das cortinas. Quer dizer: ainda que a maioria do “povo” do Supremo o veja como “inimigo”, o doutor Fachin parece disposto a proclamar que a abertura das trancas de Curitiba pode contaminar as águas da Lava Jato. Fará isso, mesmo que tenha de se trancar na fortaleza de sua solidão.
Vem aí o julgamento de um pedido de liberdade do condenado José Dirceu. Edson Fachin votou a favor da tranca. Logo, logo descobrirá que o pior tipo de solidão é a companhia de uma turma.

Não acredite em tudo o que você vê no Senado
Josias de Souza
Quarta-feira, 26/04/2017 16:28
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira proposta que acaba com o foro privilegiado, enviando para a primeira instância do Judiciário os políticos e autoridades que cometem crimes comuns. Antes que você comece a celebrar, vai aqui um conselho: mantenha os fogos na gaveta e o champanhe na geladeira. Do contrário você pode se decepcionar. São nulas as chances de uma proposta como essa virar lei rapidamente.
Há na CCJ do Senado uma dezena de enrolados na Lava Jato. O mais notório é Edison Lobão, que preside o colegiado como se tivesse pele de cordeiro. “A pressa é inimiga da perfeição”, disse Lobão, ao perceber que companheiros de infortúnio como Renan Calheiros e Jader Barbalho embarcavam na canoa do foro por pura irritação. Os membros da bancada da Lava Jato estavam de cabeça quente. Irritaram-se com mudanças feitas numa outra proposta, que acabara de ser aprovada por unanimidade. Trata-se do projeto sobre abuso de autoridade.
De autoria de Renan, o projeto foi aprovado depois que o relator Roberto Requião concordou em passar uma borracha no trecho que abria brecha para a punição de juízes e procuradores por conta de mera divergência na interpretação da lei. A coisa era vista como ameaça pela força-tarefa da Lava Jato. Houve intensa pressão nas redes sociais. Retirado o bode que interessava a Renan e sua infantaria, a proposta passou suavemente, em votação simbólica.
Aproveitando o embalo, os defensores do fim do foro privilegiado foram ao microfone. Os senadores Ronaldo Caiado e Randolfe Rodrigues recordaram que o Supremo Tribunal Federal está na bica de aprovar, em maio, uma interpretação que restringirá o direito ao foro especial. Se vingar a nova interpretação, a Suprema Corte passaria a julgar políticos e autoridades apenas por crimes praticados durante e em função do exercício dos mandatos ou dos cargos públicos. O grosso da turma da Lava Jato desceria para o primeiro grau — uma parte cairia no colo de Sergio Moro.
Atordoados com a derrota na votação do texto sobre abuso de autoridade, os membros da turma de Renan decidiram, por assim dizer, chutar o balde. Embarcou na canoa do fim do foro porque, excetuando-se os chefes dos três Poderes, a proposta prevê o fim da prerrogativa para todas as autoridades, inclusive para juízes como Sergio Moro e ministros do Supremo. Foi como se a banda dos investigados entoasse o refrão composto por Romero Jucá: “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada.”
Para que a suruba seja organizada, a proposta aprovada pela CCJ terá de ser aprovada pelo plenário do Senado em dois turnos de votação. Se isso acontecer, o texto segue para a Câmara. Será debatido nas comissões antes de ser pendurado na pauta do plenário. Ali, precisa passar por mais dois turnos de votação. Quer dizer: vai ficar para as calendas.
Assim, se você não quiser fazer papel de bobo, recomenda-se colocar na vitrola aquela música do grupo Mamonas Assassinas, que virou hit de festas infantis na década de 90. O verso mais pungente fala do drama de uma alma inocente que se meteu numa suruba: “Já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém.” Cuidado, a distância mais segura que você pode manter da suruba do Congresso é a urna de 2018.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 27 de abril de 2017
Delação de Palocci dana Lula e joga Lava Jato sobre bancos e fundos de investimento imobiliários
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Além de ferrar definitivamente com Luiz Inácio Lula da Silva, a quase certa delação premiada de Antônio Palocci Filho tende a ser danosa para alguns setores que ainda não experimentaram os rigores da Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda e bem-remunerado consultor empresarial pode revelar segredos sobre como funcionava e quem operava a lavagem de dinheiro com doleiros em grandes bancos daqui e de fora. Palocci também pode explicar como os grandes fundos imobiliários também serviram de esquentação da grana desviada nos negócios das empreiteiras com “estatais” – que pagavam altas propinas a políticos.
Nenhuma novidade que Palocci possa colocar na roda do inferno o sistema financeiro tupiniquim. Ninguém desvia bilhões de dólares da economia nacional e das empresas estatais levando a grana roubada embaixo do braço, na cueca ou em malas. Doleiros só agem se passarem pelos bancos daqui e lá de fora. É isso que a Lava Jato ainda precisa apurar e revelar detalhadamente: como acontece, de verdade, o esquema que lava e esquenta dinheiro? Quem são os personagens que fazem a “viagem” de verdinhas que vão e voltam “repatriados legalmente” ou através de simulacros de “Investimentos Diretos Estrangeiros”.
Outro ponto que merece uma apuração com lupa é como e de onde surgiu tanto dinheiro para irrigar Fundos de Investimentos Imobiliários. É fácil suspeitar que muito recurso ilícito foi usado para bancar obras. Nas grandes cidades, vários terrenos são incorporados da noite para o dia, prédios comerciais e residenciais (principalmente de alto padrão) são erguidos rapidamente, sem que haja demanda efetiva. A oferta de imóveis aumenta sem explicação lógica.
O fato grave é que os bancos – principalmente a Caixa - financiam esta farra que alimenta uma vergonhosa especulação imobiliária, nos últimos dez anos. O preço do metro quadrado atinge valores irreais. Temos uma bolha imobiliária? Em teoria sim, mas na prática, não. Muita grana roubada lá fora retornará, em breve, para ser esquentada, na aquisição, a qualquer preço, de preferência bem alto, dos imóveis construídos em excesso. Quem se ferra é o brasileiro honesto que não consegue recursos, facilmente, para adquirir a casa própria.
São tantas frentes ainda a serem investigadas que seria necessário criar dezenas de “forças tarefas” do Ministério Público Federal, junto com Receita Federal, Polícia Federal, COAF e outros aparelhos de repressão policial-fiscal. Seria fundamental uma outra varredura, com ultra-lupa, dos acordos fechados via Lei de Repatriação. Sabe-se que muitos parentes de políticos conseguiram, pela via judicial, permissão para aderir ao sistema. A grana deles, provavelmente não-declarada por ser fruto de corrupção, retornou esquentadinha para “investimentos” em Bruzundanga.
O mais irônico é que o dinheiro roubado em reais foi levado para fora, virando dólar, euro ou franco suíço. A bandidagem ainda lucrou com a variação cambial. Por isso tem canalha torcendo para que o irreal Real sofra sucessivas desvalorizações. Quanto pior, melhor para eles, na hora em que começar, de verdade, o programa de privatizações, concessões, parcerias-público-privadas e outros excelentes negócios que o governo Michel Temer promoverá, a preço de banana.
Os grandes ladrões estão com a vida ganha para várias gerações futuras, enquanto a maioria do povo brasileiro sobrevive, como pode, à maior recessão da História. Eis o esquema do crime perfeito e compensador na Pátria da Corrupção Institucionalizada e Sistêmica. O único azar da bandidagem é que a maioria da população está de saco totalmente cheio, e pode reagir, violentamente, contra os lixos da politicagem e seus malditos herdeiros.
(...)
Tudo como dantes
A polêmica Lei de Abuso de Autoridade, do jeito que está sendo aprovada, cria mais um aparato legal inútil – sem novidades em relação à legislação em vigor.
A legislação montada por Renan Calheiros e relatada por Roberto Requião foi amenizada por proposta de Antonio Anastásia.
Magistrados e o promotores judiciais respiram aliviados...
Armação legislativa
Outra jogada para a galera foi o começo do fim do absurdo foro privilegiado, através da aceleração na Proposta de Emenda à Constituição (PEC 10/2013) – que nem estava na pauta do Senado.
Em breve, os políticos com mandato e as autoridades que cometeram crimes comuns serão julgados a partir da primeira instância de seus Estados.
A politicalha descobriu que é melhor assim, do que ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, já que será mais lento ainda o trâmite, graças aos quase infindáveis recursos, até o famoso “trânsito em julgado”.
Resultado previsível de tal manobra: muitos condenados nas lavas jatos da vida poderão disputar a próxima eleição sem ser perturbado pela Lei da Ficha Limpa...
Passa tudo
A base aliada a Michel Temer aprovou a parte principal da Reforma Trabalhista.
O mesmo deve acontecer com a Reforma da Previdência.
Depois, o prêmio virá em cargos ou na hora dos grandes negócios que o governo viabilizará.
Encontro assustado
O casal Sérgio Cabral Filho e Adriana Ancelmo volta a se encontrar nesta quinta-feira.
O azar deles é que o encontro, na gelada Curitiba, tem caráter nada romântico.
Ambos prestarão depoimentos, a partir das 14 horas, ao juiz Sérgio Moro no processo sobre desvios no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
Cabralzinho já levou um mega susto ontem, porque o avião da Polícia Federal que o levava para Curitiba sofreu uma pane e teve de retornar ao Rio de Janeiro...
Guerra Civil
Do jurista Antônio José Ribas Paiva, mais um alerta ao povo brasileiro:
A esquerda desmascarada no roubo e na traição à Pátria está tentando mobilizar forças, para conflagrar o Brasil.
Ambição 10, patriotismo zero.
Solução? INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL JÁ!!! 
(...)
Adeus, Chagas
O corpo do jornalista e maçom Carlos Chagas será velado nesta quinta-feira, a partir das 9 horas, na capela 7 do Cemitério Campo da Esperança, na Aza Sul, em Brasília.
O sepultamento está marcado para às 16h30min.
Chagas deixou um grande legado ao jornalismo brasileiro, e isto vale para a eternidade.
Símbolo de 'Onestidade'
Dia 10 de maio, às 14 horas, tem Lula lá, sentando na 13ª Vara do Sérgio Moro...
Sem Coração
Do criativo publicitário Zeca Borges, via Facebook, um conselho muito valioso:
“Se você precisar de um transplante, consiga o coração de um banqueiro. Nunca foi usado”....
(...)

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